Algum tempo hesitei se devia abrir um blog na internet, isto é, se daria conta de atualizá-lo regularmente – a hesitação, na verdade, continua, mas a ocasião fez o ladrão, e cá estou eu, escrevendo o post de abertura.
O blog surge no final de um ano bastante atípico, passado em Paris, onde vim viver as minhas Ilusões Perdidas; surge da necessidade de me forçar a escrever e de compartilhar as experiências de cá com os amigos que lá ficaram e que tanta falta me fazem. Amigos melômanos, experiências sobretudo musicais, aviso logo: a música clássica será o principal tema tratado por aqui; afinal, foram muitos concertos, óperas e recitais aos quais assisti quase sempre sozinho, relatando-os depois às pessoas próximas, ora com um empolgado "Foi f#&*!!!", ora com um chocho "Foi ok...". Relatos que pouco dizem sobre as coisas que ouvi e que perigam cair no bololô confuso das lembranças. Quer se lembrar? Põe no papel.
Contudo, não estou planejando um diário de viagem: a certidão de nascimento dos primeiros posts será estrangeira, mas a ideia é aclimatar o blog à vida musical brasileira assim que eu estiver de volta. Não que eu tenha perdido o Brasil de vista durante este tempo em Paris, pelo contrário, a distância tem sido bastante esclarecedora ao entendimento da nossa formação supressiva, como bem definiu um crítico.
Aqueles que estão esperando um blog cheio de atualizações, acredito que decepcionarei um pouco, pois meu ritmo de escrita ainda é lento e um tanto tímido; no entanto, tenho certeza de que a meia dúzia de amigos leitores saberá da existência de novas postagens através do Facebook, ou do telefone mesmo.
"Se não der pela Sorbonne, vai por via telefone".
É final de outono em Paris, fica então a nota solta, junto das outras tantas folhas que se desprendem por aqui.
Os desenhos do blog são de Leo Yang, a quem agradeço.
À bientôt!
oi, Plínio! bonne année! recomendei a leitura do seu blog na minha conta do Livre des Visages! Agora, continue... beijos
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